terça-feira, 5 de junho de 2012

As Brumas de Avalon

Ele estava atrasado, para variar. O trem não vinha e minha agonia aumentava cada vez mais. O próximo a ser esquecido era "As Brumas de Avalon - A senhora da magia", de Marion Zimmer Bradley. O livro foi um grande companheiro durante a minha adolescência. A despedida não foi fácil, não mesmo. Deixar algo que marcou a sua vida não é simples assim. Mas, já estava decidida. O coitado só estava acumulando poeira na minha estante e também seria o melhor para ele. Estávamos ali, despedindo-nos no banquinho. E o bendito trem não vinha. 


Um moço se sentou ao meu lado. Deve ter achado estranho o fato de eu estar conversando com um livro. 

"Não é você, sou eu. E é o melhor para você. Vou te deixar aqui."

Coloquei o livro no banquinho e logo depois, o trem chegou.

"Adeus!" 

Sabe como as mulheres podem e/ou adoram ser dramáticas naquele fase do mês, né? Então corri. Corri, morrendo de medo de que o livro, ops, alguém me chamasse. E quando finalmente entrei no trem e vi o livro, ali no banco, eu sorri. Um pouco de nervoso, confesso. Mas é muito maluca essa sensação que fica quando a gente deixa um livro. Quando a gente abre um mundo de possibilidades e novas histórias. 

P.s: Deixei esse livro na estação do metrô em março. Sim, culpada! Confesso. Mas faltou inspiração e tempo para escrever! 



5 comentários:

  1. Tatá, que despedida mais poética! rs
    Mas é assim mesmo. Mesmo não sendo uma materialista inescrupulosa (rs) a gente se apega àquelas coisas que nos acompanham por um longo período de nossas vidas. Todas as vezes que troquei de carro (nossa, quem lê pensa que foram muitas! kakaka) eu fiquei triste e angustiada uma semana antes da despedida. E quando pego o carro novo me sinto traíra...

    ResponderExcluir
  2. Sabe, antes de conhecer esse site, já tinha deixado dois livros: ambos são coletâneas da qual eu também faço parte. O primeiro foi há alguns anos, na praça de alimentação do CasaPark, em Brasília; deixei o livro em uma mesa e saí de fininho, para que alguém não entendesse que eu estava esquecendo a obra e me chamasse, rsrs. O segundo foi a poucos dias, na Rua do lazer, em Pirenópolis (GO); subi a rua devagarzinho para localizar uma mesa vazia e sem ninguém olhando, encontrei uma, deixei o livro sob um cardápio, e praticamente saí correndo, rsrs. Deixei os dados das obras no www.livr.us. No próximo a ser doado, falarei de vocs na capa e mandarei um relato dizendo como foi, no mesmo padrão de vocês, belezinha?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É bom demais deixar histórias por aí, né? Estaremos aguardando mais histórias suas. bj

      Excluir
    2. Muito legal, Glauber! Estaremos aguardando a sua história!

      Excluir