terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Seguindo o coelho branco


 "A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma."

(Alice no País das Maravilhas)


Assim responde Alice quando a Lagarta Azul pergunta: "Quem é você?". Quem nunca se sentiu como a menina, perdida não só em um país maluco, mas sim, entre uma multidão de "eus"? Eu já. Diversas vezes. Por este e outros motivos, Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll) é uma das minhas leituras favoritas desde criança. Assim, o primeiro livro a ser "esquecido" não poderia ser outro.

Resolvi deixar o livro em um lugar que leva gente o dia inteiro pra lá e pra cá: o metrô. Escolhi o horário  de pico, no final da tarde (o que me fez sentir um pouco como o Tom Cruise na série Missão Impossível, só com menos glamour – é claro!). Entrei no trem, sentei, tirei o livro discretamente da bolsa e coloquei em cima do colo. Assim, quando eu chegasse na estação, era só deixar em cima do banco e sair rápido. Claro que eu não previa complicações e meu plano inicial não deu certo. Logo mais entrou uma mulher (que não estava com uma cara muito feliz) e ficou em pé, bem de frente para mim. O pior que ela era daquele tipo de pessoa que fica encarando o tempo todo. Qual o problema, dona? Será que ela sabia que eu estava em uma missão secreta? Bem, era melhor eu parar com besteiras e pensar em um plano B. Então olhei pro lado e vi que tinha um ferro entre o banco e a parede do trem. Perfeito. Puxei o livro para o lado e o deixei ali. 

Depois tive que me controlar para não olhar o livro o tempo todo e a vontade de rir. Sim, sabe-se lá o motivo, eu tive uma vontade descontrolada de rir. Quando chegou na minha estação, levantei-me apressadamente, mas tinha um senhor andando bem devagar na minha frente. Mais uma vez tive que controlar o riso. Olhei para trás e vi o livro ali e alguém indo se sentar no meu lugar. Missão cumprida. Agora é só torcer para que alguém aproveite o livro e se divirta com a leitura, assim como eu. 


8 comentários:

  1. Tatá, que pena que eu não ando de metro... Gostaria de achar o livro e me divertir com a Alice! :) Bjs

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  2. Tatá, agora que o bichinho de "largar o livro" te pegou, vai ser difícil deixar essa "missão". Tamo junta!!! bjs e adorei seu relato.

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    1. Jê, já estou preparando o segundo livro! Bjos e obrigada mais uma vez pela oportunidade! ;*

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  3. O primeiro livro a gente nunca esquece hehehhe
    E a vontade de rir é grande mesmo :)

    beijokas

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    1. Por que dá essa vontade toda de rir, né? E o primeiro livro é mesmo inesquecível! Beijos, Flavinha!

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  4. hahaha dorei Tatá. Amo esse livro de paixão e espero que a pessoa que encontrou dê o mesmo valor.

    Bjus

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