Esse ano resolvi passar o Carnaval em São Paulo. Fugir do agito,
curtir os amigos e matar a saudade do namorado, era tudo o que eu queria.
Clima e data perfeitos para deixar um livro. Levei dois.
Já no primeiro dia, saí com um na bolsa.
O livro era Agosto, do Rubem Fonseca. Já estava com
esse livro para cima e para baixo tem algum tempo, mas estou cada dia
mais exigente com os locais que deixo.Queria deixar em um lugar
diferente. Já havia deixado em shoppings e restaurantes, estava muito
óbvio. Pensei em deixar no Ibirapuera, mas São Paulo chove muito. E o
medo de molhar o livro? Nem pensar.
Foi então que pensei:
em Brasília eu nunca ando de metrô, dificilmente conseguiria deixar
algum lá. E acho o metrô perfeito para isso. Geralmente as pessoas estão
indo ou voltando do trabalho, cansadas, nada como uma bela supresa
dessas. No caso era sábado de carnaval, pouca gente deveria estar indo
trabalhar, mas muitas pessoas estavam a procura de diversão.
Combinei com a amiga e o namorado de não darem bandeira: assim
que chegarmos a nossa estação, saímos e não olhamos para trás. Foi o que
fizemos. Coloquei o livro no canto, perto da minha perna. Na hora de
descer, minha amiga e meu namorado levantaram e eu fiquei sentada. Vi
uma mulher de óculos escuros olhando na minha direção. pensei: se eu
levantar, ela vai vir atrás. Fiquei sentada e, quando chegamos à estação
Trianon-Masp, saí correndo.
Subindo às escadas rolantes, vi um homem com o filho no colo
sentando ao lado do livro. Ele olhou, olhou, mas não consegui ver se
pegou... Tanto faz, só espero ter deixado alguém mais feliz!
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