Deixei o livro Lugares Comuns de Fernando Sabino em cima da mesa, depois de um delicioso almoço com as amigas.
Saímos rapidinho para não correr o risco de ninguém vim atrás para devolver o livro.
E fiquei muito FELIZ ao ver que o rapaz que limpa as mesas do praça de alimentação achou o livro.
E como diz Fernando Sabino: "Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um".
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
Dessa vez, foi Cora!
"Naqueles velhos tempos era tudo, nesse mundão de terra goiana, puro, aberto. Toda gente criava solta; os bichos conheciam sua querência e não buscavam cocho alheio, salvo algum raro extravio, muito distante."
Depois de uma semana sem querer desgrudar, tive que deixá-la ir. Ela ficou juntinho de mim nesses últimos dias até eu tomar coragem. Mas no sossego que me invadiu depois de assistir ao filme " A música segundo Tom Jobim" me senti mais tranquila para deixar Cora partir.
Aprendi a admirar essa mulher que teve seu talento reconhecido já em idade avançada e num momento da vida onde tantos abandonam seus sonhos. Cora usa uma linguagem delicada e forte. Fala de coisas simples. E é assim que a vida deveria ser percebida e vivida, pelo menos, na minha opinião.
Por se tratar de uma senhora a quem respeito e admiro, resolvi acomodá-la sossegadamente num banquinho de madeira e deixá-la ver o movimento das pessoas indo e vindo dos cinemas do Shopping Casa Park. Até que a pessoa certa notasse sua presença.
Nesse momento a chuva estava, de novo, lavando a cidade. E com força. Mas isso era lá fora.
Cora estava protegida esperando seu próximo dono, aquele que quisesse ouvir suas histórias.
Gostei de ter Cora comigo - mas outros momentos virão. Espero que seu novo dono também aproveite sua companhia.
Depois de uma semana sem querer desgrudar, tive que deixá-la ir. Ela ficou juntinho de mim nesses últimos dias até eu tomar coragem. Mas no sossego que me invadiu depois de assistir ao filme " A música segundo Tom Jobim" me senti mais tranquila para deixar Cora partir.
Aprendi a admirar essa mulher que teve seu talento reconhecido já em idade avançada e num momento da vida onde tantos abandonam seus sonhos. Cora usa uma linguagem delicada e forte. Fala de coisas simples. E é assim que a vida deveria ser percebida e vivida, pelo menos, na minha opinião.
Por se tratar de uma senhora a quem respeito e admiro, resolvi acomodá-la sossegadamente num banquinho de madeira e deixá-la ver o movimento das pessoas indo e vindo dos cinemas do Shopping Casa Park. Até que a pessoa certa notasse sua presença.
Nesse momento a chuva estava, de novo, lavando a cidade. E com força. Mas isso era lá fora.
Cora estava protegida esperando seu próximo dono, aquele que quisesse ouvir suas histórias.
Gostei de ter Cora comigo - mas outros momentos virão. Espero que seu novo dono também aproveite sua companhia.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Hoje é dia de academia, bebê!
Confesso que nem esperava ter uma história para contar hoje. Pensei: levo o livro para a academia, deixo ali no sofá do subsolo onde vai menos gente e vou embora. Mas é claro que as coisas não sairiam como pensei.
Cheguei na academia e dei de cara com um aviso enorme dizendo que o subsolo estava interditado para reformas. Tudo bem, ainda havia o sofá do segundo andar. Malhei, corri, tomei meu banho e, quando penso em deixar o livro no outro sofá, descubro o segundo andar LOTADO por conta de um esquenta de carnaval: aula de Ritmos bombando e uma mesa de café da manhã enorme. Resolvi arriscar.
Sentei no sofá, tirei o livro, coloquei minha bolsa em cima e minha mochila no chão. Enfiei um pouco o livro no canto do sofá para não fiar muito evidente quando eu levantasse. Mas quando estou pensando em ir embora, encontro um amigo que não via há uns 6 anos. Não dava para simplesmente dispensá-lo. Conversa vai, conversa vem, ele senta do meu lado e eu quase amasso o livro para tentar escondê-lo. Até fiquei com vontade de revelar para ele minhas atividades clandestinas, mas achei melhor não, até porque seria muito legal se ele encontrasse.
Bom, mas enfim ele levantou para malhar, esperei um pouco e saí, na maior naturalidade. As pessoas estavam tão entretidas com a farra que estava acontecendo que acho que vão demorar a descobrir o livro ali, enterrado no sofá.
O livro foi Morte e Vida Severina, do João Cabral de Melo Neto. Li o livro lá pela oitava série, primeiro ano, exigência da escola. E digamos que não seja um livro que atraia muito um adolescente. Não me lembro quem, na época, me dava aula de literatura. Quem quer que seja, me fez enxergar uma das obras mais bonitas da literatura brasileira. E olha que não sou uma pessoa tão fã de poesia. Não digo que não gosto, simplesmente não nasci para ela. Mas este livro é diferente, principalmente quando, depois de lê-lo, assiste-se o filme homônimo, onde versos de João Cabral foram musicados por Chico Buarque. Espero, sinceramente, que a pessoa que o encontre goste tanto quanto eu!
Cheguei na academia e dei de cara com um aviso enorme dizendo que o subsolo estava interditado para reformas. Tudo bem, ainda havia o sofá do segundo andar. Malhei, corri, tomei meu banho e, quando penso em deixar o livro no outro sofá, descubro o segundo andar LOTADO por conta de um esquenta de carnaval: aula de Ritmos bombando e uma mesa de café da manhã enorme. Resolvi arriscar.
Sentei no sofá, tirei o livro, coloquei minha bolsa em cima e minha mochila no chão. Enfiei um pouco o livro no canto do sofá para não fiar muito evidente quando eu levantasse. Mas quando estou pensando em ir embora, encontro um amigo que não via há uns 6 anos. Não dava para simplesmente dispensá-lo. Conversa vai, conversa vem, ele senta do meu lado e eu quase amasso o livro para tentar escondê-lo. Até fiquei com vontade de revelar para ele minhas atividades clandestinas, mas achei melhor não, até porque seria muito legal se ele encontrasse.
Bom, mas enfim ele levantou para malhar, esperei um pouco e saí, na maior naturalidade. As pessoas estavam tão entretidas com a farra que estava acontecendo que acho que vão demorar a descobrir o livro ali, enterrado no sofá.
O livro foi Morte e Vida Severina, do João Cabral de Melo Neto. Li o livro lá pela oitava série, primeiro ano, exigência da escola. E digamos que não seja um livro que atraia muito um adolescente. Não me lembro quem, na época, me dava aula de literatura. Quem quer que seja, me fez enxergar uma das obras mais bonitas da literatura brasileira. E olha que não sou uma pessoa tão fã de poesia. Não digo que não gosto, simplesmente não nasci para ela. Mas este livro é diferente, principalmente quando, depois de lê-lo, assiste-se o filme homônimo, onde versos de João Cabral foram musicados por Chico Buarque. Espero, sinceramente, que a pessoa que o encontre goste tanto quanto eu!
Repercussão
O blog existe a menos de 20 dias e estamos muito felizes com a repercussão de tudo isso. Recebemos vários e-mails e mensagens nas redes sociais de pessoas elogiando e dizendo que querem fazer o mesmo. Era isso que queríamos: ver Brasília cheia de livros espalhados por aí! Estamos super ansiosas para receber depoimentos das pessoas que resolveram fazer o mesmo e de quem encontrou os livros.
Bom, dentre os e-mails que nos mandaram, recebemos um do Sávio. Ele também tem uma iniciativa muito parecida com a nossa, mas ao invés de deixar livros por aí, ele deixa filmes. Quem quiser saber mais, é só entrar em http://compartilhefilmes.tumblr.com. Lá ele coloca os dados do filme e o local onde deixou.
Sávio, muito legal! Torço para encontrarmos um filme seu por aí!
Ah! E agora também temos nosso twitter. Quem quiser saber onde deixamos os livros, é só seguir @euacheiolivro.
Bom, dentre os e-mails que nos mandaram, recebemos um do Sávio. Ele também tem uma iniciativa muito parecida com a nossa, mas ao invés de deixar livros por aí, ele deixa filmes. Quem quiser saber mais, é só entrar em http://compartilhefilmes.tumblr.com. Lá ele coloca os dados do filme e o local onde deixou.
Sávio, muito legal! Torço para encontrarmos um filme seu por aí!
Ah! E agora também temos nosso twitter. Quem quiser saber onde deixamos os livros, é só seguir @euacheiolivro.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Fernando Pessoa na academia...
Primeiramente, não sou uma pessoa tímida e ficar sem graça é uma raridade (uma verdadeira Cara de pau). Desta vez abandonei o livro de Fernando Pessoa Obra Poética I - Mensagens na academia do prédio onde moro em Águas Claras.
Só estava eu e meu marido na academia, coloquei o livro em cima do suporte de pesos, e o fato de estar sendo filmada pelas cameras de segurança não me intimidou nem um pouco.
Mas como sou bastante curiosa, estou louca para ver na camera de segurança quem achou o livro rsrrs (será que consigo chantagear o zelador???? kakaka)
Capitu vai ao mercado
Há dias rodo com este livro dentro da bolsa. A história, já sei de cór, li três vezes. Um dos poucos livros, aliás, que li mais de uma vez. Para uma pessoa ansiosa como eu, que quer fazer tudo ao mesmo tempo, é quase impossível repetir uma leitura: afinal, existem tantos livros para ler no mundo ainda!
O título? Dom Casmurro. Acho que nem preciso dizer que é do Machado de Assis, né? Aliás, isso agrava todo o cuidado que estava tendo para escolher o lugar onde deixá-lo. Machado de Assis é, para mim, o melhor escritor brasileiro de todos os tempos. Ele está para a literatura assim como o Chico Buarque está para a música (ou seja, ídolo, muso, galã, paixão, inspiração e todos os adjetivos que uma tiete frenética poderia usar).
Passei por vários lugares, pensei, pensei, pensei e nada me ocorria. O livro é uma história de amor, mas, bem, com um final não tão feliz... Não dava para deixar num banquinho de praça, nem num parque. Mas também não seria legal deixar num banco, num restaurante ou coisa assim. Tinha que estar em algum lugar onde quem pegasse estivesse preparado para desvendar o maior mistério da literatura brasileira: afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho?
Foi então que minha mãe me deu a luz! Não essa luz que estão pensando, essa ela me deu há 27 anos atrás. Ela só me pediu para ir ao supermercado. E por que não o supermercado? Como não havia pensando nisso antes? Gente, o supermercado é o local mundial da procura por diversão. Se vamos sair, passamos para comprar bebida; se vamos assistir um filme, passamos para comprar pipoca e refrigerante; se vamos fazer um jantar, nem precisa falar; se queremos afogar as mágoas, a sessão de doces está lá, sempre a nossa espera também. Genial! Mas agora o drama é: onde colocar dentro supermercado?
História de amor... bom, talvez a sessão de champagnes? Melhor não, como eu disse, o romance não tem um final tão feliz assim. Já estou vendo a cena: o cara chega para comprar um champagne e levar para seu jantar romântico, cheio de amor para dar. Dá de cara com o livro e resolve dar uma lidinha, para distrair. Ao se deparar com as suspeitas de Bentinho, olha para um lado, para o outro e pensa: será um sinal? Será que alguém está tentando me dizer algo? Não, não, não quero acabar o romance de ninguém com meu livro.
Acho que vou para a seção dos pães, porque não existe nada mais sem paixão e sem glamour do que pão, né? O pão, aquela massa de trigo com gosto de nada (ou, dependendo do padeiro, de sal), entra na casa de todo mundo, não importa a ocasião. Mas não... quem vai no mercado atrás de pão não está disposto a desvendar o segredo de Capitu. Quer, no máximo, sabe se o cara do Big Brother estuprou ou não a menina.
E é aí que dou de cara com a pipoca! Sim, a pipoca! Vamos atrás de pipoca quando queremos assistir um filme, não é mesmo?! Então, por que não trocar filme pelo livro?! Claro! A pipoca, companheira de dramas, mistérios, terror, comédias, romances e etc. A pipoca será então.
Dessa vez foi tão natural. Fingi que estava escolhendo uma pipoca, tirei o livro da bolsa, coloquei no meio delas e saí. Não esperei para ver se alguém ia pegar. Achei melhor não saber, vai que não gosto da cara da pessoa? Ia querer pegar Bentinho e Capitu de volta. Não, não, melhor contar com a bondade do destino. Paguei minha conta e fui embora.
Só uma coisa que esqueci de contar. Meu bilhetinho, dessa vez, foi diferente. Espero que quem encontre me responda uma pergunta que eu, até hoje, não desvendei: afinal, traiu ou não traiu?
O título? Dom Casmurro. Acho que nem preciso dizer que é do Machado de Assis, né? Aliás, isso agrava todo o cuidado que estava tendo para escolher o lugar onde deixá-lo. Machado de Assis é, para mim, o melhor escritor brasileiro de todos os tempos. Ele está para a literatura assim como o Chico Buarque está para a música (ou seja, ídolo, muso, galã, paixão, inspiração e todos os adjetivos que uma tiete frenética poderia usar).
Passei por vários lugares, pensei, pensei, pensei e nada me ocorria. O livro é uma história de amor, mas, bem, com um final não tão feliz... Não dava para deixar num banquinho de praça, nem num parque. Mas também não seria legal deixar num banco, num restaurante ou coisa assim. Tinha que estar em algum lugar onde quem pegasse estivesse preparado para desvendar o maior mistério da literatura brasileira: afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho?
Foi então que minha mãe me deu a luz! Não essa luz que estão pensando, essa ela me deu há 27 anos atrás. Ela só me pediu para ir ao supermercado. E por que não o supermercado? Como não havia pensando nisso antes? Gente, o supermercado é o local mundial da procura por diversão. Se vamos sair, passamos para comprar bebida; se vamos assistir um filme, passamos para comprar pipoca e refrigerante; se vamos fazer um jantar, nem precisa falar; se queremos afogar as mágoas, a sessão de doces está lá, sempre a nossa espera também. Genial! Mas agora o drama é: onde colocar dentro supermercado?
História de amor... bom, talvez a sessão de champagnes? Melhor não, como eu disse, o romance não tem um final tão feliz assim. Já estou vendo a cena: o cara chega para comprar um champagne e levar para seu jantar romântico, cheio de amor para dar. Dá de cara com o livro e resolve dar uma lidinha, para distrair. Ao se deparar com as suspeitas de Bentinho, olha para um lado, para o outro e pensa: será um sinal? Será que alguém está tentando me dizer algo? Não, não, não quero acabar o romance de ninguém com meu livro.
Acho que vou para a seção dos pães, porque não existe nada mais sem paixão e sem glamour do que pão, né? O pão, aquela massa de trigo com gosto de nada (ou, dependendo do padeiro, de sal), entra na casa de todo mundo, não importa a ocasião. Mas não... quem vai no mercado atrás de pão não está disposto a desvendar o segredo de Capitu. Quer, no máximo, sabe se o cara do Big Brother estuprou ou não a menina.
E é aí que dou de cara com a pipoca! Sim, a pipoca! Vamos atrás de pipoca quando queremos assistir um filme, não é mesmo?! Então, por que não trocar filme pelo livro?! Claro! A pipoca, companheira de dramas, mistérios, terror, comédias, romances e etc. A pipoca será então.
Dessa vez foi tão natural. Fingi que estava escolhendo uma pipoca, tirei o livro da bolsa, coloquei no meio delas e saí. Não esperei para ver se alguém ia pegar. Achei melhor não saber, vai que não gosto da cara da pessoa? Ia querer pegar Bentinho e Capitu de volta. Não, não, melhor contar com a bondade do destino. Paguei minha conta e fui embora.
Só uma coisa que esqueci de contar. Meu bilhetinho, dessa vez, foi diferente. Espero que quem encontre me responda uma pergunta que eu, até hoje, não desvendei: afinal, traiu ou não traiu?
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
E a vida te leva um livro
Eu estava bastante ansiosa para abandonar o meu primeiro livro. Confesso que fiquei horas pensando onde deixar o livro “O que se leva dessa vida", da Maria Cilene.
Resolvi deixá-lo no caixa eletrônico que fica no Espaço de Convivência (um espaço para os empregados da empresa onde trabalho). Me aproximei do caixa eletrônico, coloquei o livro em cima (tive a impressão de que todos estavam me olhando, mas logo percebi que era coisa da minha cabeça e fiquei mais tranquila) tirei um extrato, e com as mãos suando frio, fui embora e deixei o livro lá.
Mas como a minha curiosidade era grande demais, decidi ficar sentada em frente a porta de saída (fingindo que estava em uma ligação) para ver quem sairia segurando o meu primeiro livro abandonado.
Logo em seguida, sai uma moça (com leve sorriso no rosto) segurando o livro e lendo o bilhete . Fiquei tão feliz, emocionada e nervosa que comecei a rir (alto), a moça olhou pra mim com uma cara do tipo: - será que essa maluca está rindo de mim?
Rapidamente tive que disfarçar, e comecei a falar no celular como se estivesse em uma ligação bem divertida.
Ufaaaa... a moça continuou lendo o bilhete e saiu.
Fui embora feliz em saber que esse livro será lido por outra pessoa :)
O primeiro livro abandonado a gente nunca esquece!
Seguindo o coelho branco
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma."
(Alice no País das Maravilhas)
Assim responde Alice quando a Lagarta Azul pergunta: "Quem é você?". Quem nunca se sentiu como a menina, perdida não só em um país maluco, mas sim, entre uma multidão de "eus"? Eu já. Diversas vezes. Por este e outros motivos, Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll) é uma das minhas leituras favoritas desde criança. Assim, o primeiro livro a ser "esquecido" não poderia ser outro.
Resolvi deixar o livro em um lugar que leva gente o dia inteiro pra lá e pra cá: o metrô. Escolhi o horário de pico, no final da tarde (o que me fez sentir um pouco como o Tom Cruise na série Missão Impossível, só com menos glamour – é claro!). Entrei no trem, sentei, tirei o livro discretamente da bolsa e coloquei em cima do colo. Assim, quando eu chegasse na estação, era só deixar em cima do banco e sair rápido. Claro que eu não previa complicações e meu plano inicial não deu certo. Logo mais entrou uma mulher (que não estava com uma cara muito feliz) e ficou em pé, bem de frente para mim. O pior que ela era daquele tipo de pessoa que fica encarando o tempo todo. Qual o problema, dona? Será que ela sabia que eu estava em uma missão secreta? Bem, era melhor eu parar com besteiras e pensar em um plano B. Então olhei pro lado e vi que tinha um ferro entre o banco e a parede do trem. Perfeito. Puxei o livro para o lado e o deixei ali.
Depois tive que me controlar para não olhar o livro o tempo todo e a vontade de rir. Sim, sabe-se lá o motivo, eu tive uma vontade descontrolada de rir. Quando chegou na minha estação, levantei-me apressadamente, mas tinha um senhor andando bem devagar na minha frente. Mais uma vez tive que controlar o riso. Olhei para trás e vi o livro ali e alguém indo se sentar no meu lugar. Missão cumprida. Agora é só torcer para que alguém aproveite o livro e se divirta com a leitura, assim como eu.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Romântica, eu?
Fui um pouco mais cautelosa.
Não quero mais ser flagrada por ninguém na hora de deixar meu livro. Atenção redobrada então quando tiver garçon por perto!
...quero deixar o livro e sair de fininho. Vou tentar desse jeito, de agora em diante.
É assim que é mais gostoso e misterioso também. Porque não?
Gostoso também é pensar no melhor e mais inesperado lugar pra aquela pessoa achar.
Mesmo eu não tendo ideia de como ela é. Mas acredito que o livro será achado pela pessoa certa.
Deixei o livro no Café Martinica que fica num shopping. E sábado é um dia bem tumultuado por ali: férias escolares, muitos pais correndo atrás dos seus filhos. E, numa paradinha pra um lanche: o lugar certo pra surpreender alguém.
O café é um lugar bem pequeno e bem movimentado também.
Terminei meu lanche e deixei o eu@teamo.com.br – conta a história do encontro entre duas pessoas, com uma mãozinha dada pela internet.
É romântico como não poderia deixar de ser. Adooooro!
Mas, de verdade, eu acho que o mundo precisa de mais romantismo. As pessoas estão sem coragem ou por medo demoram a admitir que foram flechadas pelo cupido. E essa demora tem um preço. O tempo passa e aquele que poderia ser seu grande amor pode passar a ser o de outra pessoa. Bobeou, dançou, bebê!
Pra eu não ser vista, deixei e saí rápido. Nem olhei pra trás. Com certeza a mesa foi ocupada logo, mas não vi a reação dela/dela. Uma pena!
Eu desejo que a pessoa que achar esse livro o mereça. Que, de alguma forma, ele a ajude a derrubar algum de seus medos. Tô aqui na torcida! E fazendo minha parte. Mesmo pequena.
Se quem encontrar esse se deixar contagiar...já valeu. Não dizem que coincidências não existem?
Um aparte: já não consigo sair de casa sem um livro na bolsa. Cada vez gosto mais disso!
Não quero mais ser flagrada por ninguém na hora de deixar meu livro. Atenção redobrada então quando tiver garçon por perto!
...quero deixar o livro e sair de fininho. Vou tentar desse jeito, de agora em diante.
É assim que é mais gostoso e misterioso também. Porque não?
Gostoso também é pensar no melhor e mais inesperado lugar pra aquela pessoa achar.
Mesmo eu não tendo ideia de como ela é. Mas acredito que o livro será achado pela pessoa certa.
Deixei o livro no Café Martinica que fica num shopping. E sábado é um dia bem tumultuado por ali: férias escolares, muitos pais correndo atrás dos seus filhos. E, numa paradinha pra um lanche: o lugar certo pra surpreender alguém.
O café é um lugar bem pequeno e bem movimentado também.
Terminei meu lanche e deixei o eu@teamo.com.br – conta a história do encontro entre duas pessoas, com uma mãozinha dada pela internet.
É romântico como não poderia deixar de ser. Adooooro!
Mas, de verdade, eu acho que o mundo precisa de mais romantismo. As pessoas estão sem coragem ou por medo demoram a admitir que foram flechadas pelo cupido. E essa demora tem um preço. O tempo passa e aquele que poderia ser seu grande amor pode passar a ser o de outra pessoa. Bobeou, dançou, bebê!
Pra eu não ser vista, deixei e saí rápido. Nem olhei pra trás. Com certeza a mesa foi ocupada logo, mas não vi a reação dela/dela. Uma pena!
Eu desejo que a pessoa que achar esse livro o mereça. Que, de alguma forma, ele a ajude a derrubar algum de seus medos. Tô aqui na torcida! E fazendo minha parte. Mesmo pequena.
Se quem encontrar esse se deixar contagiar...já valeu. Não dizem que coincidências não existem?
Um aparte: já não consigo sair de casa sem um livro na bolsa. Cada vez gosto mais disso!
Eu deixei o livro
A Fabiana gostou tanto da ideia que resolver fazer igual.
Fabiana, nós agradecemos o seu e-mail e ficamos muito felizes por você ter gostado tanto da iniciativa. Esperamos que continue "esquecendo" seu livros por aí.
"Adorei a ideia de deixar o livro por aí e resolvi fazer o mesmo. Ontem fui acompanhar uma amiga ao hospital da Ceilândia e pensei: porque não deixar um livro no hospital? Então procurei um livro que pudesse, de alguma forma, levar conforto àquelas pessoas que estão debilitadas e com um estado de espírito nada agradável. Como todos nós já sabemos, a saúde pública no DF não é nada agradável de se ver: faltam leitos, medicamentos, profissionais, entre outras prioridades que parecem que nunca serão sanadas. Enfim, resolvi deixar o livro Ágape, do Padre Marcelo Rossi, pois fala de amor incondicional e generoso.
Apesar de ter decidido de última hora ,creio que deixei o livro no lugar certo e na hora certa. Ágape aborda questões como amor, tolerância, humildade e perdão. No pouco tempo que passei dentro do HRC, observei que os pacientes precisam de algo a mais para passar o tempo em meio às turbulências de um pronto socorro.
Finalizando, deixei o livro com uma mensagem recomendada por este blog, mas com um email de resposta diferente. Observei de longe quem pegou. Creio que ela não possa responder, mas quem sabe... Foi uma senhora que estava com o esposo internado. Ela viu o livro colocou, os óculos, olhou para os lados, acho que procurou alguma identificação e leu o bilhete que deixei. Deu um sorriso, fez o sinal da cruz e começou a ler o livro. Em seguida fui embora, mas adorei a experiência e vou continuar deixando livros por aí. Da próxima vou tentar tirar fotos e mando para vocês.
Beijos, Fabiana Lopes"
Fabiana, nós agradecemos o seu e-mail e ficamos muito felizes por você ter gostado tanto da iniciativa. Esperamos que continue "esquecendo" seu livros por aí.
Marcadores:
eu participei,
No hospital,
Padre Marcelo Rossi
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Pegadinha
Ontem, no almoço, resolvi seguir o conselho da Jê e ser mais ousada. Queria deixar O Grande Mentecapto, do Fernando Sabino, em algum lugar visível, de preferência em cima da mesa.
Fui almoçar em um restaurante no shopping (novamente), mas achei que em cima da mesa ficaria muito a vista, ainda não estou com essa coragem. Sentei, então, em uma mesa daquelas cujo banco é um sofá. No canto, encostada na parede, perfeita. Deixaria ali no banco mesmo. O bom é que o lugar era aconchegante e quem achasse o livro poderia começar a ler ali mesmo.
Almoçamos, batemos papo e saímos. Deixei o livro ali, como planejado e fui para o caixa. Ainda quase correndo e, segundo as colegas que estavam comigo, com o rosto todo vermelho. Eis que vem o garçom atrás da gente: Meninas, alguma de vocês esqueceu... (nessa hora eu gelei e comecei a pensar quais desculpas daria: não, não é nosso! Ou: livro?! Eu nem leio!)... os óculos de sol na mesa. UFA!, pensei. Não era o livro.
Fui à mesa, catei meus óculos (claro, eram meus!) e corri para o caixa, morrendo de medo do garçom voltar. Mas não voltou.
Conselho do dia: cuidado com os garçons!
Fui almoçar em um restaurante no shopping (novamente), mas achei que em cima da mesa ficaria muito a vista, ainda não estou com essa coragem. Sentei, então, em uma mesa daquelas cujo banco é um sofá. No canto, encostada na parede, perfeita. Deixaria ali no banco mesmo. O bom é que o lugar era aconchegante e quem achasse o livro poderia começar a ler ali mesmo.
Almoçamos, batemos papo e saímos. Deixei o livro ali, como planejado e fui para o caixa. Ainda quase correndo e, segundo as colegas que estavam comigo, com o rosto todo vermelho. Eis que vem o garçom atrás da gente: Meninas, alguma de vocês esqueceu... (nessa hora eu gelei e comecei a pensar quais desculpas daria: não, não é nosso! Ou: livro?! Eu nem leio!)... os óculos de sol na mesa. UFA!, pensei. Não era o livro.
Fui à mesa, catei meus óculos (claro, eram meus!) e corri para o caixa, morrendo de medo do garçom voltar. Mas não voltou.
Conselho do dia: cuidado com os garçons!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
O apego
É... não dá para dizer que estou tão desapegada assim dos meus livros.
Saí ontem do trabalho decidida a deixar no sofá da academia hoje de manhã, Itinerário de Pasárgada, de Manuel Bandeira. Quando cheguei em casa resolvi reler a contracapa, a orelha e as primeiras páginas do livro.
"Depois das evocações da infância e da adolescência, o poeta traça o que poderíamos chamar de uma autobiografia intelectual, estendendo-se sobre a sua formação literária e sua convivência com a poesia."
Não aguentei, resolvi reler. Vou ter que escolher outro livro e colocar Bandeira na minha mesa de cabeceira.
Sítio arqueológico no Irã. Antiga Pársagada. |
"Depois das evocações da infância e da adolescência, o poeta traça o que poderíamos chamar de uma autobiografia intelectual, estendendo-se sobre a sua formação literária e sua convivência com a poesia."
Não aguentei, resolvi reler. Vou ter que escolher outro livro e colocar Bandeira na minha mesa de cabeceira.
Marcadores:
Carol Soares,
Eu deixei o livro,
Manuel Bandeira
A Máscara Caiu
Estou mais atrevida, é fato.
Mas tem seu preço - nada que não valesse à pena (rs).
E foi assim...
Brasília tá submersa, é uma chuva que não para nunca.
Então, meus livros estão sendo colocados em lugares públicos fechados.
Hoje foi na Fratello - uma pizzaria aqui de Brasília.
E, pra combinar com o tempo fechado, escuro e chuvoso, acrescentei mais um tempero: Um assassinato à la Agatha Christie.
Saí para uma happy hour com amigas e resolvi deixar a Agatha na mesa que ocupamos, logo após pagasse a conta.
Não sem antes avisar ao garçon - afinal de contas, eles são rápidos pra fazer a limpeza da mesa.
Assim, evitaria que corresse atrás de mim aos "berros": Sra! Sra! Esqueceu seu livro.
Quero fazer um parênteses, mas preciso dizer:
- 1º - detesto ser chamada de senhora;
- 2º - ia ficar roxa de vergonha ao ser abordada no meio de um local público lotado.
Fecha parênteses.
Avisei ao garçon: Moço, vou deixar uma coisa em cima dessa mesa, mas é pra ficar aqui mesmo, tá?
Não teve nenhum problema.
Tomamos nosso vinho, batemos um ótimo papo, comendo uma deliciosa pizza, pagamos a conta.
Deixei o livro.
E não é que vem outro garçon e me para no meio do caminho pra "devolver" o livro que deixei?
Mas fui socorrida de imediato pelo outro garçon ( o meu amigo) - que agora ganhou minha simpatia eterna. Rapidamente se aproximou, pegou o livro da minha mão e disse: Pode deixar comigo que coloco de volta na mesa.
Ufa! Meu atrevimento no final teve um preço mas valeu à pena.
E foi nesse dia que minha identidade foi revelada. Ao menos lá na pizzaria.
Tenho um propósito. Já que não posso negar meu lado romântico. É deixar num banco de uma praça de uma quadra qualquer aqui de Brasília e ficar de longe, só espiando pra ver a reação do sortudo, ou sortuda, do dia.
É só essa chuva passar, né gente?
Mas tem seu preço - nada que não valesse à pena (rs).
E foi assim...
Brasília tá submersa, é uma chuva que não para nunca.
Então, meus livros estão sendo colocados em lugares públicos fechados.
Hoje foi na Fratello - uma pizzaria aqui de Brasília.
E, pra combinar com o tempo fechado, escuro e chuvoso, acrescentei mais um tempero: Um assassinato à la Agatha Christie.
Saí para uma happy hour com amigas e resolvi deixar a Agatha na mesa que ocupamos, logo após pagasse a conta.
Não sem antes avisar ao garçon - afinal de contas, eles são rápidos pra fazer a limpeza da mesa.
Assim, evitaria que corresse atrás de mim aos "berros": Sra! Sra! Esqueceu seu livro.
Quero fazer um parênteses, mas preciso dizer:
- 1º - detesto ser chamada de senhora;
- 2º - ia ficar roxa de vergonha ao ser abordada no meio de um local público lotado.
Fecha parênteses.
Avisei ao garçon: Moço, vou deixar uma coisa em cima dessa mesa, mas é pra ficar aqui mesmo, tá?
Não teve nenhum problema.
Tomamos nosso vinho, batemos um ótimo papo, comendo uma deliciosa pizza, pagamos a conta.
Deixei o livro.
E não é que vem outro garçon e me para no meio do caminho pra "devolver" o livro que deixei?
Mas fui socorrida de imediato pelo outro garçon ( o meu amigo) - que agora ganhou minha simpatia eterna. Rapidamente se aproximou, pegou o livro da minha mão e disse: Pode deixar comigo que coloco de volta na mesa.
Ufa! Meu atrevimento no final teve um preço mas valeu à pena.
E foi nesse dia que minha identidade foi revelada. Ao menos lá na pizzaria.
Tenho um propósito. Já que não posso negar meu lado romântico. É deixar num banco de uma praça de uma quadra qualquer aqui de Brasília e ficar de longe, só espiando pra ver a reação do sortudo, ou sortuda, do dia.
É só essa chuva passar, né gente?
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Personagem de comédia
Foi assim que me senti hoje quando fui "esquecer" meu livro.
A ideia era deixar no carrinho de compras da garagem do meu prédio, já que sempre está vazia. Só que eu deveria ser discreta para o porteiro não perceber pelas câmeras e resolver me devolver.
O incrível é que nunca tem ninguém na garagem quando eu chego e hoje, logo hoje, entraram 4 carros comigo. Resolvi esperar, né? Mas como mulher demora a sair do carro! Arruma maquiagem, cata menino no banco de trás, sacola, periquito, papagaio. E eu não tinha mais o que fingir que estava fazendo.
Bom, quando não tinha mais sinal de vida humana lá embaixo, saí do meu carro. Aí vai eu: mochila de academia, toalha, bolsa, sacola de lanche e o livro na mão. Aham, muito discreta! Cheguei perto do elevador e consegui deixar tudo cair dentro do carrinho junto com o livro. Nessa hora imaginei o porteiro já assistindo a comédia com um saco de pipocas no colo.
Enfim, tirei tudo e larguei o livro. Nem me preocupei se ele realmente estava vendo ou não. Na pior das hipóteses, se alguém aparecer na minha porta querendo devolver, eu dou uma de desentendida. E se não colar, mando minha mãe dizer que, sei lá, tenho dupla personalidade.
Ah! E o livro de hoje foi "Noviço", que na verdade é uma peça do Martins Penna. Será quem vai achar?
A ideia era deixar no carrinho de compras da garagem do meu prédio, já que sempre está vazia. Só que eu deveria ser discreta para o porteiro não perceber pelas câmeras e resolver me devolver.
O incrível é que nunca tem ninguém na garagem quando eu chego e hoje, logo hoje, entraram 4 carros comigo. Resolvi esperar, né? Mas como mulher demora a sair do carro! Arruma maquiagem, cata menino no banco de trás, sacola, periquito, papagaio. E eu não tinha mais o que fingir que estava fazendo.
Bom, quando não tinha mais sinal de vida humana lá embaixo, saí do meu carro. Aí vai eu: mochila de academia, toalha, bolsa, sacola de lanche e o livro na mão. Aham, muito discreta! Cheguei perto do elevador e consegui deixar tudo cair dentro do carrinho junto com o livro. Nessa hora imaginei o porteiro já assistindo a comédia com um saco de pipocas no colo.
Enfim, tirei tudo e larguei o livro. Nem me preocupei se ele realmente estava vendo ou não. Na pior das hipóteses, se alguém aparecer na minha porta querendo devolver, eu dou uma de desentendida. E se não colar, mando minha mãe dizer que, sei lá, tenho dupla personalidade.
Ah! E o livro de hoje foi "Noviço", que na verdade é uma peça do Martins Penna. Será quem vai achar?
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Carol Soares,
Eu deixei o livro,
Na garagem,
Noviço
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Amar se aprende amando
Hoje fui ao shopping almoçar com Drummond, mas precisava escolher bem onde deixá-lo.
O restaurante estava cheio, a praça de alimentação lotada. Procurei uma daquelas pracinhas que ficam entre as lojas... também tinha muita gente circulando. Já estou no terceiro livro, mas o medo de que alguém saia correndo atrás de mim ainda não passou. Aí eu pensei, que tal o banheiro? Lá, pelo menos, deve ter menos gente. E fomos para o banheiro: eu, Drummond e a Andressa.
A intenção era deixar em cima da pia, só que com tanta mulher se arrumando no espelho, alguém certamente notaria. Resolvi, então, entrar dentro de um dos boxes, fingir que estava usando e deixar em cima do vaso sanitário. Dei um tempo, coloquei o livro, dei descarga e saí. Lavei as mãos e, quando estava secando, eis que entra uma mulher e dá de cara com o livro!
Meu nervosismo era tanto que saí quase correndo do banheiro. Mas a Andressa percebeu e ficou 10 minutos secando as mãos só para ver se ela pegaria o livro. E pegou!
Demos um tempo na frente do banheiro e esperamos ela passar na nossa frente para que eu pudesse tirar uma foto. Queria uma foto que aparecesse o livro em sua mão, mas não consegui. Ela agarrou Drummond com seu braço direito, como se não quisesse mais soltá-lo.
Tudo bem, sem registros fotográficos, mas na minha memória vai ficar registrado sempre. Foi muito bom ver alguém sair com meu livro debaixo do braço!
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Drummond,
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No banheiro
domingo, 15 de janeiro de 2012
Agora parece real
Acabei de deixar um livro numa agência bancária de um shopping de Brasília ( já disse que moro aqui?).
Agora, ao largar o livro ele já não queima nas minhas mãos. Não tive medo, vergonha ou o que for, de ser “descoberta”. Deixei em um Banco, mesmo sabendo que estava sendo “vigiada” pelas câmeras de segurança.
Tomara que ela goste.
Mas a sensação de ter visto a pessoa carregando o livro que deixei, foi ótima. Ela se tornou um personagem real pra mim. E ela nem sabe que fui eu, mesmo tendo aberto o maior sorrisão quando vi o Malu nas mãos dela. Tomara que eu não tenha dado mole. Não quero que as pessoas saibam quem é aquela que fica largando livros por aí.
Talvez esse ar de mistério seja meu lado romântico falando mais alto.
Quero é ficar no anonimato. Acho mais legal.
Ao menos por enquanto.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
O Mundo de Sofia
Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece, comigo não foi diferente. Cheguei ao aeroporto nervosa, sabia que a partir daquele dia eu não seria mais a mesma. Fiz o check-in, despachei a bagagem, fui fazer um lanche, mas só conseguia pensar no que estava por acontecer.
Resolvi entrar na sala de embarque para poder diminuir um pouco a minha ansiedade. Mas, e agora? Não sabia se fazia ali mesmo, ou se deixava para fazer no avião, com mais privacidade. Se eu fizesse ali, a chance de alguém ver e estragar tudo era grande, a sala estava lotada. Se eu fizesse no avião, poderia ser interrompida por um comissário ou passageiro.
Bom, mas se é para fazer, que seja direito. Resolvi, então, arriscar: seria na sala de embarque mesmo.
Tirei dois livros da mochila, um que eu estava lendo e o que seria abandonado. Esse último era um livro muito especial para mim, foi um dos que eu mais gostei na vida e por causa dele eu passei a gostar e entender muito mais sobre as questões complicadas que aprendia nas aulas de Filosofia da escola. Era O Mundo de Sofia.
Coloquei o livro debaixo da minha mochila disfarçadamente e comecei a ler as crônicas de Veríssimo que estavam comigo. Mas pouco me concentrei. Só pensava na hora em que iria embarcar e teria que sair correndo para que ninguém tentasse me devolver o "livro que esqueci" na mesinha. TInha todo um plano armado: espero todos embarcarem e depois eu entro para não ficar na fila e alguém resolver vir me entregar o livro.
O plano não ocorreu como planejado, tive que passar no banheiro já que a viagem seria longa, cerca de 4 horas. Mesmo assim, suava frio na hora de levantar da cadeira. Guardei tudo na mochila, coloquei ela nas coisas e saí correndo.
Pensando agora, deve ter sido uma cena engraçada, parecia até que eu estava largando uma bomba no saguão do aeroporto. Mas a sensação que ficou depois foi muito gratificante.
Confesso que estou louca para saber quem pegou meu livro. Espero que a pessoa goste muito e que ela me escreva (logo!).
Resolvi entrar na sala de embarque para poder diminuir um pouco a minha ansiedade. Mas, e agora? Não sabia se fazia ali mesmo, ou se deixava para fazer no avião, com mais privacidade. Se eu fizesse ali, a chance de alguém ver e estragar tudo era grande, a sala estava lotada. Se eu fizesse no avião, poderia ser interrompida por um comissário ou passageiro.
Bom, mas se é para fazer, que seja direito. Resolvi, então, arriscar: seria na sala de embarque mesmo.
Tirei dois livros da mochila, um que eu estava lendo e o que seria abandonado. Esse último era um livro muito especial para mim, foi um dos que eu mais gostei na vida e por causa dele eu passei a gostar e entender muito mais sobre as questões complicadas que aprendia nas aulas de Filosofia da escola. Era O Mundo de Sofia.
Coloquei o livro debaixo da minha mochila disfarçadamente e comecei a ler as crônicas de Veríssimo que estavam comigo. Mas pouco me concentrei. Só pensava na hora em que iria embarcar e teria que sair correndo para que ninguém tentasse me devolver o "livro que esqueci" na mesinha. TInha todo um plano armado: espero todos embarcarem e depois eu entro para não ficar na fila e alguém resolver vir me entregar o livro.
O plano não ocorreu como planejado, tive que passar no banheiro já que a viagem seria longa, cerca de 4 horas. Mesmo assim, suava frio na hora de levantar da cadeira. Guardei tudo na mochila, coloquei ela nas coisas e saí correndo.
Pensando agora, deve ter sido uma cena engraçada, parecia até que eu estava largando uma bomba no saguão do aeroporto. Mas a sensação que ficou depois foi muito gratificante.
Confesso que estou louca para saber quem pegou meu livro. Espero que a pessoa goste muito e que ela me escreva (logo!).
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Carol Soares,
Eu deixei o livro,
Jostein Gaarder,
No aeroporto
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
A 1ª Sensação
É engraçado como uma atitude, bem simples até, fez o meu dia diferente. Diferente no bom sentido. Separar o livro com a intenção de tirá-lo de casa e fazer ele “andar” com as próprias pernas. Sensação boa!
Cheguei em casa com uma vontade enorme de pôr em prática uma daquelas promessas de ano novo. E dessa vez, cumpri.
Separei os livros e comecei a pensar em como fazer tudo isso. Então, fui dando corda aos meus pensamentos. Não bastaria simplesmente deixar um livro em qualquer lugar. Tinha que fazer diferente.
Então, escrevi o seguinte bilhete:
Oi,
Se você encontrou esse livro então, ele é seu.
Resolvi fazer isso com os livros que já li: passá-los adiante.
Não quero deixá-los numa estante, quero fazer com que suas histórias encontrem outras pessoas.
Então, espero que você “saboreie” essa leitura.
Mas eu tenho um pedido pra te fazer: Entre em contato comigo e diga: onde achou o livro, o que achou dessa minha iniciativa, do livro que escolhi pra deixar pra você, da história que leu ( se gostou ou não), etc.
Deixe seu recado: euacheiolivro@gmail.com. E no assunto do email escreva o título do livro que você encontrou. Divirta-se com essa leitura!
E depois , se quiser, passe adiante também.
Ab,
Levei pro trabalho e fiquei pensando onde deixar já que essa seria minha 1ª vez. Onde seria bacana pra alguém encontrar. E, como já dizia minha terapeuta tempos atrás, “você é extremamente romântica”. Bem, então, não poderia ser em qualquer lugar. Tinha que parecer lúdico, inusitado. Afinal, encontrar um livro com um bilhete como esse não é todo dia, né?
Mas não sei o que aconteceu. Quando saí do trabalho com o propósito de largá-los ( eram 2 livros) parecia que queimavam na minha mão. E, por isso, não adiantou todo o planejamento...o primeiro, larguei num lugar nada a ver. Na verdade , só esse não foi num lugar pensado.
Foram largados: um na escada de incêndio do prédio que trabalho, já que muita gente passa por ali e logo seria achado, e o outro perto de uma escultura, num lugar que algumas pessoas param para conversar, respirar e voltar ao trabalho. Mas espero que pra essas duas pessoas essa atitude inesperada possa ter feito o dia de cada uma delas diferente. E mais leve.
Espero que esses livros que fiz andar rendam histórias.
Se quem achar entrar em contato, vai ser o máximo. Mas, desde já, ao menos eu já tenho sentido algumas novas sensações.
Cheguei em casa com uma vontade enorme de pôr em prática uma daquelas promessas de ano novo. E dessa vez, cumpri.
Separei os livros e comecei a pensar em como fazer tudo isso. Então, fui dando corda aos meus pensamentos. Não bastaria simplesmente deixar um livro em qualquer lugar. Tinha que fazer diferente.
Então, escrevi o seguinte bilhete:
Oi,
Se você encontrou esse livro então, ele é seu.
Resolvi fazer isso com os livros que já li: passá-los adiante.
Não quero deixá-los numa estante, quero fazer com que suas histórias encontrem outras pessoas.
Então, espero que você “saboreie” essa leitura.
Mas eu tenho um pedido pra te fazer: Entre em contato comigo e diga: onde achou o livro, o que achou dessa minha iniciativa, do livro que escolhi pra deixar pra você, da história que leu ( se gostou ou não), etc.
Deixe seu recado: euacheiolivro@gmail.com. E no assunto do email escreva o título do livro que você encontrou. Divirta-se com essa leitura!
E depois , se quiser, passe adiante também.
Ab,
Levei pro trabalho e fiquei pensando onde deixar já que essa seria minha 1ª vez. Onde seria bacana pra alguém encontrar. E, como já dizia minha terapeuta tempos atrás, “você é extremamente romântica”. Bem, então, não poderia ser em qualquer lugar. Tinha que parecer lúdico, inusitado. Afinal, encontrar um livro com um bilhete como esse não é todo dia, né?
Mas não sei o que aconteceu. Quando saí do trabalho com o propósito de largá-los ( eram 2 livros) parecia que queimavam na minha mão. E, por isso, não adiantou todo o planejamento...o primeiro, larguei num lugar nada a ver. Na verdade , só esse não foi num lugar pensado.
Foram largados: um na escada de incêndio do prédio que trabalho, já que muita gente passa por ali e logo seria achado, e o outro perto de uma escultura, num lugar que algumas pessoas param para conversar, respirar e voltar ao trabalho. Mas espero que pra essas duas pessoas essa atitude inesperada possa ter feito o dia de cada uma delas diferente. E mais leve.
Espero que esses livros que fiz andar rendam histórias.
Se quem achar entrar em contato, vai ser o máximo. Mas, desde já, ao menos eu já tenho sentido algumas novas sensações.
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